A dimensão de sonhos e realidades se tece com palavras.
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Morada


Foi um abraço de ondas. Pulsou na superfície, no contorno ondulado. E, no interior, profundamente, moldou um castelo. Morada permanente.

domingo, 24 de julho de 2011

Liberdade

Depois das palavras, aquelas, ela já olhava além das fachadas e dos rostos. Até transbordar, de um Ela intenso, um pensamento pulsante.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vagas do céu



Lento movimento,
Sonolento,
Um tempo que deslizou.
Quase se pôde ver o vento,
No momento em que mergulhou.

Foi rio de sol que passou,
Tão morno, ameno, sereno...
Sussurro de quase noite.
Águas de dourado-mel...
Nuvens? São vagas do céu.



(*vagas- ondas)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Evento (Revista Litteris)



Ciclo de palestras Litteris.

http://www.revistaliteris.com.br/

Sábado - 27.11, 10 horas, biblioteca de Botafogo Machado de Assis.
10:00 Abertura - Comunicações - Aires de Almeida Santos e a Invençao de Angola - Paulo Ricardo ( UFF)
O Ser Amado em "O colar da Pomba de Ibn Hazn" - Celia Daniele ( UFRJ)

11:00 - Palestra - O mundo falava Árabe- Profa. Dra. Beatriz Bissio. ( UERJ)
Local: Rua Farani, 53 - Botafogo
Certificados de participação - inscrições no local ou por revistaliteris@revistaliteris.com.br

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ação do olhar



"No instante,
o flagrante
inspira ação
Imaginação"

sábado, 30 de outubro de 2010

Mergulhe. Ao infinito...



Mesmo em silêncio, há a energia humana do sentir.
Pare e observe. Tente. Olhares podem ser lidos. Mergulhe.

O momento que mais diz é aquele do mergulho no silêncio. Na profundeza.
É a outra dimensão do respirar de palavras,
que se misturam entre as cores, as formas
e os mistérios marinhos.
Há sempre a sensação que oscila entre a quietude e a iminência,
o inesperado.
É como uma inebriante sensação de dissolver-se até o nada e,
ao mesmo tempo, de absorver o tudo.
É vida constante, que se renova, que pulsa, a cada instante.
E que nos toca, nos envolve, com suavidade hídrica,
ou nos arrasta, indefesos, nas correntes de um oceano.
Ao infinito...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Nosso beijo



É um certo silêncio
Quando mais se diz,
Com profundidade e clareza,
Na certeza do entendimento.

É quando se está mais do que perto:
É estar dentro,
No mesmo respirar,
Tendo um só pensamento.

É quando sonho e real
Se enlaçam, com beleza tal,
Que nunca basta um momento
E não existe um final.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Tricotando



A moça. A fria manhã de quase inverno. O fio de lã entre os dedos.
A lã aquece. O sol, por vezes, dissolve o frio outonal. Nuvens se dispersam. Mas outras já deslizam no céu, ao sopro do vento.

O fio do pensamento se entrelaça, aquecendo as ideias. E as mãos, embora ágeis, não o retém, nem por um momento.

Os movimentos se repetem nas agulhas. Há uma quase sincronia. Os olhos atentos. Mas quase se perdem na teia da mente, nos fios emaranhados de lembranças.

Nuvens de incertezas vêm. E a moça tem desejo de reter fios de sol entre os dedos. E tricotar agilmente. E em breve envolver-se numa manta quentinha, de amarelo solar, num calor permanente.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Prateleiras e Lacunas



Após mais uma cansativa manhã de estudo na faculdade, lá está Helena, percorrendo as estantes da biblioteca. O cansaço não lhe importa. Há lacunas a serem preenchidas. Sempre haverá. E o tempo parece insuficiente.

O relógio na parede não pode parar. O pôr-do-sol lá fora é uma certeza. Mas, entre as prateleiras, o tempo e o espaço se misturam. Neles, Helena se encontra e se perde. Plena de sentimentos e significados. Envolvida pelos sentidos que as palavras despertam.

Os livros exalam mistérios. O silêncio é fundamental e inquietante. Vozes e olhares povoam sua mente. Por instantes, sonha, sorri, quase chora. Embriagada de palavras.

Às vezes, ela teme a imensidão. Existem desertos, mares, florestas. As estantes lhe parecem muito altas, imponentes. Os livros, porém, querem ser abertos. Por isso eles vivem e imploram. Necessitam de mãos.

Os olhos de Helena nem se demoram na página. São ligeiros, porém melancólicos. Têm a nostalgia dos livros antigos. Singelos, como os poemas de Casimiro.

E, quando a tarde chega ao fim, ela nunca sai de lá como entrou. Passos seguros e rosto sereno. Seja a Helena de Tróia, ou de Machado, ela tem seu mundo. As palavras o constroem com todas as cores, formas e cantigas, que se desenham em sua mente.

(FONSECA, Rosaly. Casa dos ventos: contos e crônicas. Niterói, RJ: Nitpress, 2009.)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Imaginação



A imaginação é o mais belo pássaro
de um azul jamais visto.
Voa de noite e de dia.
Conhece as estrelas
do céu e do mar.
Atravessa barreiras
do espaço e do tempo.
Compartilha segredos
com o vento.
A cada instante,
em qualquer estação,
banhada de chuva, de sol,
de mar, de luar...
vai a qualquer lugar
aonde o pensamento a levar.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os olhos



Os olhos não mentem, não. Tentam esconder, mas revelam muito para quem os sabe ler.
São as portas da imaginação. Oceano e ilha misteriosa de sentimentos.
Matéria do corpo e luz da alma.
São esferas, como a Terra. Têm sua imensidão.
Caminhos os ligam à emoção e à razão.
Eles procuram, procuram... O que? Às vezes, em vão. Ou nada.
Percorrem o espaço, absorvem, alimentando-se de cores, de luz.
Luz branda. A força do sol os fere. E a escuridão os dilata.
Com um olhar, até se ama. Até se mata.
Quem lê olhos muito percebe, descobre, aprende. E sabe que eles também podem sorrir.

terça-feira, 20 de abril de 2010

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Chuva



Eu na chuva
E a chuva em mim
Contentamento sem fim.
Eu a dançar com o vento,
E a chuva
Como está fora
E tão dentro assim?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Dama Palavra



Gotejo minhas letras sobre o papel, como gotas de chuva alimentando a terra.

Seus olhos
podem voar sobre mim
e o que você pode ver
são minhas gotas
tomando a superfície vazia.
Cada parte de mim
é parte de você,
como células invisíveis.
Sou sempre com você.
É seu olhar
que me significa.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cansaço



Quando se sente
C A N S A Ç O
Na força de cada letra
Pesa o sentir e o sentido
Difícil respirar
Difícil enxergar
O que não se vê facilmente
Difícil mergulhar
Senta-se à beira do mar
Sente-se maresia
Inteiramente
Corpo, coração e mente

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dama Palavra



Qual é o meu poder?
Qual é a minha magia?
Sou expressão do viver,
A letra da melodia.

Mergulho em teus olhos,
Construo pensamentos.
Sou alma de preces
E de lamentos.

Sou ondas fortes
Nos mares da mente.
De repente, trago choro
Ou sorrisos.
Desperto memórias,
Sonhos adormecidos...
Revelo histórias,
Momentos vividos.

Sou abraço ou saudade,
Mentira ou verdade.
Faço guerra ou união.
Eu sou a canção
Que sempre recordas.
E tu, como todos,
És as cordas.

sábado, 10 de abril de 2010

Dama Palavra



Não sou alguém.
Sou um nome
e cada nome.
Sou uma voz
e todas as vozes.
Sou seu nome, sua voz,
seus pensamentos.
Vivo em espaços virtuais,
aqui e dentro de você.
Posso estar invisível e muda,
mas existo.
Ainda que eu não esteja mais
numa tela,
vivo em sua memória.
Ainda sussurro dentro de você,
respiro com você,
sempre e para sempre.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Poema na porta


UM POEMA NA PORTA (Casa dos Ventos)

Palavras-vento

Se quiser palavras concretas,
Claras, exatas, diretas,
Peça às paredes,
Não a mim.

Essas palavras-tijolo,
De que se constroem pensamentos,
Não soltam riso nem choro,
Não sentem gozo ou tormentos.

Sinta as palavras-vento,
Dentro do quarto e da alma,
Contentes e quentes de sol!

À noite elas vêm, bem tarde,
Frias de lua e saudade
E se deitam em seu lençol.

Rosaly Fonseca

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Livro "Casa dos Ventos"

Vídeo para divulgação do livro "Casa dos Ventos" (contos e crônicas), de Rosaly Fonseca, lançado pela editora Nitpress, em setembro de 2009.
Imagens e edição de vídeo: Rosaly Fonseca



Para adquirí-lo, entre em contato comigo, ou acesse o catálogo online da editora Nitpress:
http://www.libre.org.br/titulo_view.asp?ID=9307